sábado, 23 de março de 2013

Animais falantes


Animais que falam!
Este é um mundo imenso na banda desenhada. Aqui inclui-se todo o conjunto de personagens Disney, com patos, galinhas, cães,  ratos, etc, que têm comportamentos semelhantes aos humanos.
Aqui irei focar outras personagens que não as Disney. Talvez essas possam ficar para outro momento.
Existem animais que falam com humanos, existem animais que só falam com outros animais e existem aqueles que têm pensamentos humanos que são transmitidos ao leitor em balões com linguagem humana, mas não correspondem a uma  situação em que essa mensagem seja transmitida às personagens humanas.
Não vou aqui fazer uma listagem exaustiva dos animais falantes da minha coleção de banda desenhada, mas focar alguns de distintas épocas e estilos.
Tarzan é uma das séries onde o humano fala com os animais e estes também comunicam com a personagem humana. Veja-se as duas vinhetas de episódios desenhados por Joe Kubert.


Ainda com humanos a comunicar com animais e também com comunicação em sentido inverso temos a série Tetfool, originária da revista Tintin, criada por Eric, e que narra a ligação entre um jovem e os lobos, num mundo onde não faltam os lobisomens.

Nos anos 40 a revista Gafanhoto publicava As Aventuras do Coelhinho Negro

 e também Plácido e Mosca de Cabrero Arnal.

Do mesmo autor e publicado em imensas revistas havia também o cão Top, antecedente do Pif.

Dentro da mesma linha humorística e de histórias curtas temos os interessantes diálogos entre o Zé Colmeia e o guarda

 ou a série Os corvos, esta última publicada no Jornal do Cuto.

No Jornal do Cuto era publicada também a série Gus o Gorila,

 e a bem conhecida dupla Tom e Jerry.

Se os norte-americanos guardam os animais  para as histórias de uma página ou de uma tira, já o mesmo não ocorre na banda desenhada europeia.
Um dos animais favoritos  dos autores é o cão. Há o gorducho Cubitus, a criação de Dupa, que num registo humorístico dialoga com o seu dono em pequenos gags ou em longos episódios de mais de 40 páginas;
 há Attila, de Derib, o pequeno cão detetive que consegue falar com as pessoas e até pilotar aviões;

 num registo sempre humorístico existe o cão Bill, criado por Roba, que embora não dialogue com os seus donos, nos permite conhecer os seus pensamentos ou os seus diálogos com outros cães.
 Outro cão que embora não dialogue com as pessoas, nos dá a conhecer o seu pensamento é o Rataplan, que de personagem secundária da série Lucky Luke passou a ser estrela principal de uma série com o seu nome.

 Milou, o cão do Tintin, também pensa para o exterior, embora não consiga falar com o seu dono. Por vezes também os seus diálogos com outros cães são exibidos.

O desenhador belga Raymond Macherot é um admirador de ratos. Criou duas séries, Clorofila, no Tintin,

 e Sibylline no Spirou. em que estes animais são as personagens principais. 

Os outros personagens são também animais e apesar de as espécies serem diferentes conseguem comunicar com a maior das facilidades entre si. Já o mesmo não se passa com os humanos que embora falem, não comunicam com os animais.
Ainda no que se refere a ratos temos Beany, o ratinho do desenhador Bedu.

Regressando a Lucky Luke não podemos esquecer o seu cavalo Jolly Jumper, que nos faz conhecedores  dos seus pensamentos.

Derib, o mesmo autor de Atilla, é um desenhador com apetência por temas da natureza e de ecologia. Em Yakari, o pequeno índio consegue falar com todos os animais e estes também falam com ele.

Uma outra série interessante e em que todos as personagens são animais é Rififi, de Mouminoux, o passarinho sempre metido em aventuras com os seus amigos.

O pinguim, Alfred, da série Zig e Puce, a criação de Alain Saint Ogan, é um dos outros animais capazes de expressar pensamentos e com a sua capacidade de pensar resolver algumas das situações complicadas  em que os seus donos se colocam.

Com enorme capacidade de comunicação e uma inteligência muito superior está Touky, o tucano, da autoria de Walli, Dupont, e De Groot, o pássaro falante que se indigna quando as pessoas o confundem com um papagaio.

Um português também marca lugar nesta lista, Carlos Roque, o autor do patinho Wladimir.

No mundo de fantasia de Olivier Rameau, a série de Dany e Greg,  onde tudo é possível, também os animais teriam que falar e  comunicar com a maior das naturalidades com os seres humanos.

Referência inda a mais algumas séries belgas onde os animais falam. Em Robin da Mata, a criação de Turk e Degroot,não é muito frequente que tal suceda, mas existem gags onde as personagens de caraterísticas humanas dialogam com os animais;

 também em Prudence Petitpas é possível acompanhar as falas de animais.

Brik Brak, de Aidans e Lamquet, os animais podem falar e transmitir a sua mensagem.

Finalmente a referência a uma série, mais dirigida a um público adulto, mas em que os animais são as personagens, Blacksad, de  Juan Díaz Canales e Juanjo Guarnido. Todas as personagens têm caraterísticas antropomórficas e apenas as cabeças nos fazem lembrar que não são humanos.

Algumas das obras importantes com animais falantes não se encontram neste texto, mas numa primeira abordagem ao tema, aqui ficaram umas quantas que povoam a minha coleção. Um tema a retomar mais tarde.

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